De todas estas palavras não ficará, bem sei, um eco para depois da minha morte que as disse vagarosamente pela minha boca. Tudo quanto sonhei, quanto pensei, sofri, ou nem sonhei ou nem pensei ou apenas sofri de não ter sofrido tanto como aterradamente esperara - nenhum eco haverá de outras canções não ditas, guardadas nos corações alheios, ecoando abscônditas ao sopro do poeta. Não por mim. Por tudo o que, para ecoar-se, não encontrou eco. Por tudo o que, para ecoar, ficou silencioso, imóvel - - isso me dói como se ausência a música não tocada, não ouvida, o ritmo suspenso, eminente, destinado, isso me dói dolorosamente, amargamente, na distância do saber tão claro, da visão tão lúcida, que para longe afasta o compassado ardor das vibrações do sangue pelos corpos próximos. Tão longe, meu amor, te quis da minha imperfeição, da minha crueldade, desta miséria de ser por intervalos a imensa altura para que me arrebatas - meu palpitar de imagem à beira da alegria, meu reflexo nas águas tra...