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Soneto de julho

É muito tarde para não te amar. Tudo o que ouço é o sopro do teu nome. O que sinto é teu corpo, que consome — presente, ausente — o meu corpo. Luar em que me abraso, morro: teu olhar ofuscando memórias, onde some um mundo, e outro se ergue. Sede, fome e esperança. Ah, para não te amar é tão tarde que tudo é já distância, que só respiro este luar que me arde, este sopro sem praias do teu nome, esta pedra em que pulsa e medra a ânsia e esta aura, enfim, em que me envolve (é tarde!) o que és — presente, ausente — e me consome. Ruy Espinheira Filho