É muito tarde para não te amar. Tudo o que ouço é o sopro do teu nome. O que sinto é teu corpo, que consome — presente, ausente — o meu corpo. Luar em que me abraso, morro: teu olhar ofuscando memórias, onde some um mundo, e outro se ergue. Sede, fome e esperança. Ah, para não te amar é tão tarde que tudo é já distância, que só respiro este luar que me arde, este sopro sem praias do teu nome, esta pedra em que pulsa e medra a ânsia e esta aura, enfim, em que me envolve (é tarde!) o que és — presente, ausente — e me consome. Ruy Espinheira Filho
"(...) Caminho pelos lugares queridos, sem tristeza, nem mágoa, altas, condoídas árvores, lagos serenos escorrendo de meus olhos, hálito azul da tarde que, por cair, de sombras vai tranquilizando o horizonte. Só, meu coração, bate contra a pedra e o silêncio." Rui Knopfli.