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Num qualquer sítio

Num qualquer sítio decerto deve haver A face nunca vista, a voz nunca ouvida O coração que ainda nunca, nunca ainda, pobre de mim! Respondeu à minha chamada. Num qualquer sítio, talvez perto ou longe, Para além da terra e do mar, bem longe da vista Para além da lua errante, para lá da estrela Que a segue noite após noite. Num qualquer sítio, talvez longe ou perto, Com apenas um muro, uma sebe a escondê-lo, Ou apenas as últimas folhas do ano a morrer Caídas sobre um relvado enverdecido. Christina Georgina Rossetti tradução de Helena Barbas

Sem Fala

Por muitas milhas sobre terra e mar Sem o chamar, o meu amor regressou a mim Não me recordo das palavras que ele disse Apenas das árvores a gemer sobre nós. E ele chegou pronto para me tomar e levar A cruz que há tantos anos eu carregava Mas as palavras vieram uma a uma devagar De lábios gelados, selados e mudos. Como soaram minhas palavras quietas e lentas Ao coração grande e forte que tanto me amou, Que veio para me salvar da dor e do mal E para me confortar com o seu amor tão forte? Senti o vento a chicotear gelado e frio E vapores erguerem-se do húmus arruivado; Senti o feitiço que me suspendia a respiração A sujeitar-me a uma morte na vida. Elizabeth Eleanor Siddall tradução de Helena Barbas