Este texto é da Letícia do blog silent(still)life. É encantador... A palavra é deliciosa: alvíssaras. Aprendi com José de Alencar quando tinha uns dez ou doze anos e li O tronco do ipê. Um dos capítulos do livro se intitulava justamente "Alvíssaras". Tomei aquela palavra desconhecida à boca, maravilhada com sua eufonia, e a saboreei, como quem prova uma iguaria rara. Deixei que derretesse na língua e que seu perfume subisse até o palato para depois, só depois, pronunciá-la. Delícia de palavra... Imaginei, de imediato, que era um nome de flor. 'Alvíssaras'. Flor branca, claro, pela alvura anunciada desde o princípio. E o plural parece indicar uma penca, muitos cachos, de flores miúdas, daquele tipo que funciona bem em conjunto. E criei na minha cabeça primeiro uma floreira de janela, com os pompons de alvíssaras que me dariam muitos bons-dias por muitas manhãs; depois quis um canteiro de alvíssaras que iriam tagarelar à vontade com as boas e sinceras margaridas, com as...
"(...) Caminho pelos lugares queridos, sem tristeza, nem mágoa, altas, condoídas árvores, lagos serenos escorrendo de meus olhos, hálito azul da tarde que, por cair, de sombras vai tranquilizando o horizonte. Só, meu coração, bate contra a pedra e o silêncio." Rui Knopfli.