Deitado numa núvem de não-ser Deixei ao deus-dará tantos abraços Afastando-me assim, sem o saber Do ponto de chegada dos meus passos Caminho é quanto fica da viagem Paragem é caminho para trás E agora só me resta por bagagem O tanto mal que fez o tanto-faz Julgava não ser nada, e era tudo Pois tudo, em cada nada, acontece Pr' além das sombras do tempo miúdo A grande luz do tempo permanece Contigo, tenho agora de inventar Essoutra núvem de uma cor diferente Em que, à força de aprender como te amar Eu aprenda a amar tudo e toda a gente À força de aprender como te amar Aprendo a amar tudo e toda a gente José Mário Branco (fado das núvens)
"(...) Caminho pelos lugares queridos, sem tristeza, nem mágoa, altas, condoídas árvores, lagos serenos escorrendo de meus olhos, hálito azul da tarde que, por cair, de sombras vai tranquilizando o horizonte. Só, meu coração, bate contra a pedra e o silêncio." Rui Knopfli.