o teu amor, bem sei, é uma palavra musical, espalha-se por todos nós com a mesma ignorância, o mesmo ar alheio com que fazes girar, suponho, os epiciclos; ergues os ombros e dizes, hoje, amanhã, nunca mais, surpreende o vigor, a plenitude das coxas masculinas, habituadas ao cansaço, separamo-nos, à procura de sinais mais fixos, e o circuito das chamas recomeça. é um país subtil, o olho franco das mulheres, há nos passeios garrafas com leite apenas cinzento, os teus pais disseram: o melhor de tudo é ser engenheiro, morrer de casaco, com todas as pirâmides acesas, viajar de navio de buenos aires a montevideu. esta é a viagem que não faremos nunca, soltos na minuciosa tarde dos lábios, ágil pobreza. permanentemente floresce o horizonte em colinas, os animais olham por dentro, cheios de vazio, como um ladrão de pouca perícia a luz desfaz devagarmente os corpos. ele exclama: quando me libertarás da tosca voz dormida, para que seja alto e altivo o coração das coisas? até quando aguardarei, n...