O que o mar sim ensina ao canavial: o avançar em linha rasteira da onda; o espraiar-se minucioso, de líquido, alagando cova a cova onde se alonga. O que o canavial sim ensina ao mar: a elocução horizontal de seu verso; a geórgica de cordel, ininterrupta, narrada em voz e silêncio paralelos. O que o mar não ensina ao canavial: a veemência passional da preamar; a mão-de-pilão das ondas na areia, moída e miúda, pilada do que pilar. O que o canavial não ensina ao mar: o desmedido do derramar-se da cana; o comedimento do latifúndio do mar, que menos lastradamente se derrama. João Cabral de Melo Neto
Comentários
que presente...
de vez em quando eu passo aqui para ouvir e ver...
Um abraço.
.
Eis-me de volta, após tanto tempo ausente do blog e do convívio com os amigos (desde fevereiro). Neste tempo, apenas escrevi, porém sem motivação para postar.
.
Fico feliz por saber, nessas poucas visitas que tenho feito, que os amigos continuam firmes em seus espaços. Isso é reconfortante. E como está belo o Hálito, heim. Perfeito, para dizer apenas o mínimo. Mérito seu, minha cara.
.
Aos poucos irei me inteirando das novas, das postagens, etc. Aproveito para lhe agradecer a publicação de minhas poesias, conforme visto aqui. Fico tão lisonjeado que as palavras me faltam.
.
Olha só, decidi atualizar o almofariz só para espanar um pouco a poeira. Os versos que lá se encontram são da minha produção mais recente [que não me parece tão inspirada, adianto-lhe]. Contudo, foi o melhor que consegui atingir.
.
Deixo-lhe um forte abraço e meus sinceros elogios pelo apoio de sempre.
Do amigo
Carlos