gritas, gritam até que o outro ensurdeça, até que fique com os pés presos na lama e se esgote. gritas, gritam palavras e frases de uma ordem estéril que nos matará. rasgam os pulmões com cânticos, alucinados, com uma narrativa estúpida de quem nos crê estúpidos...e seremos? rangem os dentes, soltam os caninos e farejam a hesitação com o dedo no gatilho, lambem-nos o medo na pele... abrem as gargantas de onde saem línguas como canos apontados ao nosso cérebro, línguas sibilantes num hálito de enxofre, numa infindável oratória que nos queima a pele, nos rompe a mente. destroem o silêncio. gritam que somos vítimas, as suas vítimas, as legítimas, enquanto desviam o olhar e fecham as órbitas embaciadas para que a realidade não os capture. gritam, gritam e gritam pois enquanto gritam não param, não pensam, não deixam que ninguém pare, e ninguém pensa. embalam os corações nas bandeiras e nos hinos para conseguirem adormecer, para que o sono...
Comentários
que presente...
de vez em quando eu passo aqui para ouvir e ver...
Um abraço.
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Eis-me de volta, após tanto tempo ausente do blog e do convívio com os amigos (desde fevereiro). Neste tempo, apenas escrevi, porém sem motivação para postar.
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Fico feliz por saber, nessas poucas visitas que tenho feito, que os amigos continuam firmes em seus espaços. Isso é reconfortante. E como está belo o Hálito, heim. Perfeito, para dizer apenas o mínimo. Mérito seu, minha cara.
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Aos poucos irei me inteirando das novas, das postagens, etc. Aproveito para lhe agradecer a publicação de minhas poesias, conforme visto aqui. Fico tão lisonjeado que as palavras me faltam.
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Olha só, decidi atualizar o almofariz só para espanar um pouco a poeira. Os versos que lá se encontram são da minha produção mais recente [que não me parece tão inspirada, adianto-lhe]. Contudo, foi o melhor que consegui atingir.
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Deixo-lhe um forte abraço e meus sinceros elogios pelo apoio de sempre.
Do amigo
Carlos