gritas, gritam até que o outro ensurdeça, até que fique com os pés presos na lama e se esgote. gritas, gritam palavras e frases de uma ordem estéril que nos matará. rasgam os pulmões com cânticos, alucinados, com uma narrativa estúpida de quem nos crê estúpidos...e seremos? rangem os dentes, soltam os caninos e farejam a hesitação com o dedo no gatilho, lambem-nos o medo na pele... abrem as gargantas de onde saem línguas como canos apontados ao nosso cérebro, línguas sibilantes num hálito de enxofre, numa infindável oratória que nos queima a pele, nos rompe a mente. destroem o silêncio. gritam que somos vítimas, as suas vítimas, as legítimas, enquanto desviam o olhar e fecham as órbitas embaciadas para que a realidade não os capture. gritam, gritam e gritam pois enquanto gritam não param, não pensam, não deixam que ninguém pare, e ninguém pensa. embalam os corações nas bandeiras e nos hinos para conseguirem adormecer, para que o sono...
Comentários
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Quero dizer, de antemão, que sua presença muito me enobrece lá no Almofariz. Sabe que é muito bem vinda, sempre!
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Estive aproveitando o feriado carnavalesco, mas já retornei à velha e boa faina no blog, de maneira que volto a visitar os recantos que mais aprecio, entre os quais o Hálito, logicamente.
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Bom, dando uma corrida pelas postagens, encontro a voz de Elis. No documentário de onde se origina a música em destaque [É Com Esse Que Eu Vou], ela dá uma interpretação chiquérrima e intimista a certos clássicos, acompanhada dos músicos Cesar Camargo Mariano, Luisão e Paulinho Braga. Algo que não se pode perder.
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Encontro ainda os belos versos de Sylvia Plath, também homenageada no maravilhoso poema O Jardim do Solar, em postagem que cheguei a comentar. Depois, Marisa Monte e Madredeus - que eu particularmente aprecio bastante - chegam a encher a vista. Que beleza!
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Por isso, digo e reafirmo: voltar aqui é por demais gratificante.
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Um forte abraço do amigo.
Carlos
chegar aqui no e deparar-me com a nossa eterna Elis Regina, causou-me um encantamento,com sabor de nostalgia, engraçado que como certas coisas nos são eternas,
e Elis para mim será sempre Elis.
abraços, agradeço a bela