Elis Regina
 O livro aberto pousado nas suas mãos.   Na macieza dos lábios as palavras mastigadas em silêncio e na dobra das pálpebras pequenos fragmentos de texto que não couberam naquelas páginas. A serena curva temporal do rosto acumula todos os pequenos assombros emocionais que cada parágrafo percorrido lhe desperta.   O belíssimo rosto do ser amado a ler ilumina-se entretanto por um raio de sol que abre caminho por entre nuvens, braços, ombros e sacos.   Olho a sua face iluminada.   Iluminada pelo singelo e extraordinário raio de sol que ali escolheu terminar a sua viagem cósmica. Ali, no seu rosto, entre tantos outros na carruagem do comboio numa manhã de fevereiro.   Ninguém atenta na singularidade deste instante.   A luz que há minutos partiu de uma estrela viaja agora connosco no comboio. Ilumina-te. E na dobra do tempo, como antes na dobra das tuas pálpebras, somos atingidos pela poeira desta centelha. Somos perfeitos. Estamos numa única dimensão. Estamos em todo o lado.  [ alma ]  
Comentários
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Quero dizer, de antemão, que sua presença muito me enobrece lá no Almofariz. Sabe que é muito bem vinda, sempre!
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Estive aproveitando o feriado carnavalesco, mas já retornei à velha e boa faina no blog, de maneira que volto a visitar os recantos que mais aprecio, entre os quais o Hálito, logicamente.
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Bom, dando uma corrida pelas postagens, encontro a voz de Elis. No documentário de onde se origina a música em destaque [É Com Esse Que Eu Vou], ela dá uma interpretação chiquérrima e intimista a certos clássicos, acompanhada dos músicos Cesar Camargo Mariano, Luisão e Paulinho Braga. Algo que não se pode perder.
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Encontro ainda os belos versos de Sylvia Plath, também homenageada no maravilhoso poema O Jardim do Solar, em postagem que cheguei a comentar. Depois, Marisa Monte e Madredeus - que eu particularmente aprecio bastante - chegam a encher a vista. Que beleza!
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Por isso, digo e reafirmo: voltar aqui é por demais gratificante.
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Um forte abraço do amigo.
Carlos
chegar aqui no e deparar-me com a nossa eterna Elis Regina, causou-me um encantamento,com sabor de nostalgia, engraçado que como certas coisas nos são eternas,
e Elis para mim será sempre Elis.
abraços, agradeço a bela