O que o mar sim ensina ao canavial: o avançar em linha rasteira da onda; o espraiar-se minucioso, de líquido, alagando cova a cova onde se alonga. O que o canavial sim ensina ao mar: a elocução horizontal de seu verso; a geórgica de cordel, ininterrupta, narrada em voz e silêncio paralelos. O que o mar não ensina ao canavial: a veemência passional da preamar; a mão-de-pilão das ondas na areia, moída e miúda, pilada do que pilar. O que o canavial não ensina ao mar: o desmedido do derramar-se da cana; o comedimento do latifúndio do mar, que menos lastradamente se derrama. João Cabral de Melo Neto
Comentários
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Quero dizer, de antemão, que sua presença muito me enobrece lá no Almofariz. Sabe que é muito bem vinda, sempre!
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Estive aproveitando o feriado carnavalesco, mas já retornei à velha e boa faina no blog, de maneira que volto a visitar os recantos que mais aprecio, entre os quais o Hálito, logicamente.
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Bom, dando uma corrida pelas postagens, encontro a voz de Elis. No documentário de onde se origina a música em destaque [É Com Esse Que Eu Vou], ela dá uma interpretação chiquérrima e intimista a certos clássicos, acompanhada dos músicos Cesar Camargo Mariano, Luisão e Paulinho Braga. Algo que não se pode perder.
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Encontro ainda os belos versos de Sylvia Plath, também homenageada no maravilhoso poema O Jardim do Solar, em postagem que cheguei a comentar. Depois, Marisa Monte e Madredeus - que eu particularmente aprecio bastante - chegam a encher a vista. Que beleza!
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Por isso, digo e reafirmo: voltar aqui é por demais gratificante.
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Um forte abraço do amigo.
Carlos
chegar aqui no e deparar-me com a nossa eterna Elis Regina, causou-me um encantamento,com sabor de nostalgia, engraçado que como certas coisas nos são eternas,
e Elis para mim será sempre Elis.
abraços, agradeço a bela