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Domingo no mundo | 19



:)
Karina Bertoncini

Comentários

Minha cara Isabel;
Surpreendido que estou pelos novos poemas traduzidos [e que descoberta prazerosa esta, com todo o fougère oriental desse poeta que eu não conhecia e que já acho magnífico, mais ainda porque a tradução para o português o aveluda].
Digo-lhe também da minha inteira satisfação em recebê-la no Almofariz, e do quanto me sinto lisongeado com suas palavras, em relação aos meus escritos.
Hoje andei falando a uma amiga e poetisa acerca do Hálito e do Vôo, e do quanto considero de qualidade o seu trabalho nestes dois espaços.
Aguarde, pois, visitas.
E receba o abraço do amigo.
Carlos

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XTERIORS XVII

  Desirée Dolron

Princípios

Podíamos saber um pouco mais da morte. Mas não seria isso que nos faria ter vontade de morrer mais depressa. Podíamos saber um pouco mais da vida. Talvez não precisássemos de viver tanto, quando só o que é preciso é saber que temos de viver. Podíamos saber um pouco mais do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada sabemos do amor. Nuno Júdice

Uns cegos, outros surdos

gritas, gritam até que o outro ensurdeça,  até que fique com os pés presos na lama e se esgote. gritas, gritam palavras e frases de uma ordem estéril que nos matará. rasgam os pulmões com cânticos, alucinados,  com uma narrativa estúpida de quem nos crê estúpidos...e seremos? rangem os dentes,  soltam os caninos e farejam a hesitação com o dedo no gatilho, lambem-nos o medo na pele... abrem as gargantas de onde saem línguas como canos apontados ao nosso cérebro,  línguas sibilantes num hálito de enxofre, numa infindável oratória que nos queima a pele, nos rompe a mente. destroem o silêncio. gritam que somos vítimas,  as suas vítimas,  as legítimas,  enquanto desviam o olhar e fecham as órbitas embaciadas para que a realidade não os capture. gritam, gritam e gritam pois enquanto gritam não param,  não pensam, não deixam que ninguém pare, e ninguém pensa. embalam os corações nas bandeiras e nos hinos para conseguirem adormecer,  para que o sono...