Esta é a hora do esplendor.  Abram todas as janelas brancas.   As árvores estão noivas das suas sombras  e vão começar a caminhar  ao som de marchas e de palmas.   O amor que ninguém inventou  na Terra une o que o Céu ignora.   Esta é a hora do esplendor.   Toda a dor tem o seu penso rápido  a atá-la, e nós vamos, vamos  pela senda das árvores, como elas  de braços levantados, na hora  do noivado que ficou à sua espera.  Tudo isto aconteceu no tempo  da Primavera da rapariga ainda  não amada.   Lídia Jorge  O Livro das Tréguas
"(...) Caminho pelos lugares queridos, sem tristeza, nem mágoa, altas, condoídas árvores, lagos serenos escorrendo de meus olhos, hálito azul da tarde que, por cair, de sombras vai tranquilizando o horizonte. Só, meu coração, bate contra a pedra e o silêncio." Rui Knopfli.