C onto escrito sobre A Biblioteca, de Zoran Zivkovic. Caros companheiros do clube de leitura Pareceu-me apropriado sugerir que nos encontrássemos hoje para uma degustação. No encalce de Zoran cada um de nós deliciar-se-ia com o seu livro, partilhando os sabores originais que tal manjar descobriria, ou não…contudo… encontro-me impedida de o fazer. Terminada ontem a leitura, guardei como sempre o meu Zoran, na minha mochila, no seu compartimento. Esta seria a última vez que nos veríamos. Em casa, quando mergulhei a minha mão para recolher, ciosa, e uma a uma, todas as bibliotecas lidas, não as encontrei. Nenhuma, sem explicação e sem rasto. Nunca, nenhum livro, por muito fraco, decrépito, ruim ou danado que fora, se atrevera a deixar alguém. Mas Zoran fê-lo. Zoran atreveu-se a desafiar o impossível. Zoran chamou-me de modo furtivo e dissimulado, abraçou-me, levou-me por atalhos singulares e estrangeiros. Desafiou-me no exato e cirúrgico modo que sabia me aprazer e, depoi...