Avançar para o conteúdo principal

tão pouca luz no quarto

entra tão pouca luz no quarto,
o ocre antigo das paredes desliza pelo chão
e despe-se nas minhas pernas,

não sei se o sol nasce ou morre,
no meu corpo indecifrável
o mundo parte devagar

e os sons para trás acomodam-se no meu ouvido
como finos vapores húmidos,
sem dia, sem noite, apenas as horas ficam,

e o meu peito adormece.

Comentários

*** disse…
Sempre tão densa e tão transparente.;)
amelia pais disse…
PORQUE SERÁ QUE NÃO SEI AINDA QUEM É ESTA POETISA?SABEERÃO DIXER-ME?tTENHO LIDO E 'GUARDADO VÁRIOS POEMAS DELA, MAS NADA SEI.
Amélia disse…
Desculpem as gralhas e corrijo:

PORQUE SERÁ QUE NÃO SEI AINDA QUEM É ESTA POETISA?SABEERÃO DIzER-ME?TENHO LIDO E 'GUARDADO' VÁRIOS POEMAS DELA, MAS NADA SEI.

Mensagens populares deste blogue

XTERIORS XVII

  Desirée Dolron

O Canavial e o Mar

O que o mar sim ensina ao canavial: o avançar em linha rasteira da onda; o espraiar-se minucioso, de líquido, alagando cova a cova onde se alonga. O que o canavial sim ensina ao mar: a elocução horizontal de seu verso; a geórgica de cordel, ininterrupta, narrada em voz e silêncio paralelos. O que o mar não ensina ao canavial: a veemência passional da preamar; a mão-de-pilão das ondas na areia, moída e miúda, pilada do que pilar. O que o canavial não ensina ao mar: o desmedido do derramar-se da cana; o comedimento do latifúndio do mar, que menos lastradamente se derrama. João Cabral de Melo Neto

Princípios

Podíamos saber um pouco mais da morte. Mas não seria isso que nos faria ter vontade de morrer mais depressa. Podíamos saber um pouco mais da vida. Talvez não precisássemos de viver tanto, quando só o que é preciso é saber que temos de viver. Podíamos saber um pouco mais do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada sabemos do amor. Nuno Júdice