O que o mar sim ensina ao canavial: o avançar em linha rasteira da onda; o espraiar-se minucioso, de líquido, alagando cova a cova onde se alonga. O que o canavial sim ensina ao mar: a elocução horizontal de seu verso; a geórgica de cordel, ininterrupta, narrada em voz e silêncio paralelos. O que o mar não ensina ao canavial: a veemência passional da preamar; a mão-de-pilão das ondas na areia, moída e miúda, pilada do que pilar. O que o canavial não ensina ao mar: o desmedido do derramar-se da cana; o comedimento do latifúndio do mar, que menos lastradamente se derrama. João Cabral de Melo Neto
Comentários
um bj
Cristina
.
Retornar ao Hálito, para mim, é de extrema satisfação.
Achei lindos os antigos postais natalinos, bem como os poemas escritos pelo Henrique [versos bem inteligentes sempre nos premiam].
.
Voltando a falar do prêmio "Diz Que Até Não É Um Mau Blog", quero dizer que vibrei muito com a sua escolha, pela amiga e poetisa Lívia Araújo.
.
Adianto-lhe também que entre os blogs que apontei como essenciais e, portanto, merecedores do prêmio em questão, está também O Vôo das Borboletas.
.
É uma forma, mesmo singela, de reconhecimento expresso ao padrão de excelência que você obtém nos dois blogs. Eu mesmo sou fã de ambos :]
.
Receba o abraço do amigo.
Carlos