entre nós
no inverno
as pessoas andam de ombros encolhidos
gorjeiam suspiros que contrastam rostos
inflamados de medo
entre nós
no inverno
histriões acocorados nos desvãos das pensões
hipotecam o corpo enquanto cospem a alma
entre nós
no inverno
as sombras fulguram no gelo das luas
imbuindo-se no escarro das criaturas
abandonados numa enxerga de rosáceas pétalas
conquistada com os punhos de um velho inimigo
os fantasmas que
entre nós
no inverno
reclamam brasas para o espírito
suicidam-se
ouvindo Bach
e declamando Goethe
Henrique Fialho
no inverno
as pessoas andam de ombros encolhidos
gorjeiam suspiros que contrastam rostos
inflamados de medo
entre nós
no inverno
histriões acocorados nos desvãos das pensões
hipotecam o corpo enquanto cospem a alma
entre nós
no inverno
as sombras fulguram no gelo das luas
imbuindo-se no escarro das criaturas
abandonados numa enxerga de rosáceas pétalas
conquistada com os punhos de um velho inimigo
os fantasmas que
entre nós
no inverno
reclamam brasas para o espírito
suicidam-se
ouvindo Bach
e declamando Goethe
Henrique Fialho
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