Foste como quem me armasse uma emboscada  ao sentir-me desatento  dando aquilo em que me dei  foste como quem me urdisse uma cilada  vi-me com tão pouca coisa  depois do que tanto amei   Resgatei o teu sorriso  quatro vezes foi preciso  por não precisares de mim  e depois, quando dormias  fiz de conta que fugias  e que eu não ficava assim  nesta dor em que me vejo  de nos ver quase no fim   Foste como quem lançasse as armadilhas  que se lançam aos amantes  quando amar foi coisa em vão  foste como quem vestisse as mascarilhas  dos embustes que se tramam  ao cair da escuridão   Resgatei o teu carinho  quatro vezes fiz o ninho  num beiral do teu jardim  e depois já em cuidado  vi no espelho do passado  a tua imagem de mim  e esta dor em que me vejo  de nos ver quase no fim   Foste como quem cumprisse uma vingança  que guardava às escuras  esperando a sua vez  foste como quem me desse uma bonança  fraquejando à tempestade  de tão frágil que se fez   Resgatei o teu ciúme  quatro vezes deite...