Eu te peço perdão por te amar de repente    Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos  Das horas que passei à sombra dos teus gestos  Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos  Das noites que vivi acalentado  Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo  Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente   E posso te dizer que o grande afeto que te deixo  Não trai o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas  Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...  É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias  E só te pede que te repouses quieta, muito quieta  E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.      Vinícios de Moraes  
"(...) Caminho pelos lugares queridos, sem tristeza, nem mágoa, altas, condoídas árvores, lagos serenos escorrendo de meus olhos, hálito azul da tarde que, por cair, de sombras vai tranquilizando o horizonte. Só, meu coração, bate contra a pedra e o silêncio." Rui Knopfli.