Foi um momento  O em que pousaste    Sobre o meu braço,    Num movimento    Mais de cansaço    Que pensamento,    A tua mão    E a retiraste.    Senti ou não ?     Não sei. Mas lembro    E sinto ainda    Qualquer memória    Fixa e corpórea    Onde pousaste    A mão que teve    Qualquer sentido    Incompreendido.    Mas tão de leve!...     Tudo isto é nada,    Mas numa estrada    Como é a vida    Há muita coisa Incompreendida...     Sei eu se quando    A tua mão    Senti pousando    ‘Sobre o meu braço,    E um pouco, um pouco,    No coração,    Não houve um ritmo    Novo no espaço?    Como se tu,    Sem o querer,    Em mim tocasses    Para dizer    Qualquer mistério,    Súbito e etéreo,    Que nem soubesses    Que tinha ser.     Assim a brisa    Nos ramos diz    Sem o saber    Uma imprecisa...